Quando a adolescência chega ao fim é esperado que o tormento de cravos e espinhas torne-se apenas uma lembrança, não é mesmo? Porém, nem todo mundo dá adeus ao incômodo – que pode ser estético e doloroso – e mesmo aos 40 anos de idade continua com ocorrências de acne.
Se você chegou à maturidade enfrentando esse problema da adolescência vai gostar de entender um pouco melhor as causas e como contornar a situação sem deixar marcas na sua pele.
Acne é Coisa Só de Adolescente?
Certamente se você chegou até esse artigo sabe bem que a acne (cravos e espinhas) não é restrita aos mais jovens. Essa associação do problema de pele com a puberdade se deve ao fato dele ser uma consequência da ação de hormônios sexuais que estão em ebulição durante essa fase da vida.
Hormônios sexuais, em especial os masculinos conhecidos como andrógenos (produzidos por homens e mulheres) atuam estimulando a produção de glândulas sebáceas pela pele. O resultado disso é a obstrução dos poros que origina os cravos. Quando os poros ficam obstruídos por gordura contribuem para a proliferação de bactérias que causam as terríveis erupções cutâneas que conhecemos como espinhas.
Cerca de 80% das pessoas tem acne durante a adolescência exatamente por ser uma fase em que hormônios estão em explosão. No entanto, essa condição não se restringe apenas aos mais jovens. Logo não é anormal que pessoas maduras também apresentem cravos e espinhas.
Acne na Pós-Adolescência: Mais Comum em Mulheres
Algumas pesquisas internacionais identificaram que cerca de 25% das mulheres que tem entre 31 e 40 anos de idade apresenta pele com acne. A população feminina está mais suscetível a apresentar cravos e espinhas em decorrência das flutuações hormonais decorrentes do ciclo menstrual.
Os especialistas alertam que mulheres que começam a ter problemas com acne após os 25 anos de idade podem ser portadoras da Síndrome do Ovário Policístico (SOP), algo que deve ser investigado por meio de acompanhamento médico. Essa síndrome tem como principal característica maior produção de andrógenos pelos ovários.
A condição ainda aumenta a testosterona livre que ocupa um número maior de receptores de hormônio e pode levar ao aparecimento da acne, aumento de pelos pelo corpo e queda de cabelo.
Tratamento de Síndrome do Ovário Policístico (SOP)
Em casos mais brandos da condição o tratamento pode ser realizado pela administração de medicamentos antiandrogênicos como anticoncepcionais com acetato de ciproterona. O medicamento reduz os sintomas reduzindo a produção de andrógenos. Nos quadros clínicos mais graves o tratamento pode ser feito com a administração de isotretinoína de uso oral.
É fundamental que a SOP seja acompanhada por um médico, pois pode levar a infertilidade e risco de desenvolver doenças cardiovasculares. O ideal é ter o acompanhamento de um ginecologista e um cardiologista. O período de tratamento com medicamentos da acne leva em média seis meses. Passando esse período é possível realizar um tratamento de aplicação de laser e peeling para reduzir as manchas na pele.
Acne na Maturidade Pode Ser Resultado de Estresse
Você já observou que sempre que tem algo importante para fazer se depara com uma incômoda e enorme espinha? Há uma relação íntima entre situações de grande estresse e problemas de pele. O estresse potencializa a produção de cortisol – hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais – que por sua vez eleva a oleosidade da pele e reduz a ação das células de defesa do sangue (leucócitos).
O resultado desse conjunto de condições é uma pele mais suscetível à ação de bactérias. Devido ao fato das mulheres sofrerem mais pressões relativas a casa, filhos e trabalho são as mais afetadas por essa condição.
Ressaltamos ainda que o estresse crônico pode acarretar em piora de outros quadros clínicos além da acne como vitiligo, hiperidrose, herpes, dermatite seborreica, dermatite atópica e psoríase. Lembrando que todas essas doenças mencionadas devem receber acompanhamento médico.
Dicas Para Cuidar da Acne
A seguir daremos dicas de como reduzir o desconforto deixado pela acne e evitar que o problema piore se espalhando pelo seu rosto.
– Limpeza da Pele
Se você está sofrendo com a proliferação de acne pelo seu rosto consulte um dermatologista para receber a indicação dos melhores produtos para o seu caso. Para quem tem uma espinha ou outra a dica é usar um sabonete de limpeza adequado ao seu tipo de pele. Quem tem pele oleosa deve dar preferência para produtos oil free e com textura de gel.
– Não Esprema
Pode ser muito tentador ter uma espinha grande no rosto e não espremer, no entanto, é a melhor forma de evitar ficar com uma marca no seu rosto. Deixe que a espinha desapareça sozinha, você pode usar produtos secativos para acelerar a recuperação. Peça indicação para seu dermatologista, pois muitos desses produtos possuem ácidos em formulações e podem ser perigosos se forem usados de forma descontrolada.
– Remédios Só Com Prescrição Médica
Remédios de uso oral e tópico somente devem ser opções para quem tem prescrição médica para tal. Medicamentos, pomadas e outros produtos desenvolvidos para o tratamento da acne têm ativos muito fortes que podem fazer mal quando usados em grande quantidade. A evolução do quadro com a adição dos medicamentos a rotina é essencial para se ter certeza de que o paciente está reagindo como deveria.
– Peelings e Outros Procedimentos
Para quem tem marcas de acne na pele (decorrentes de espremer as espinhas, então lembre-se de não espremer) pode optar por procedimentos como peelings para remover essas marcas. Esse tipo de procedimento promove uma descamação da pele eliminando as camadas em que as marcas estão de maneira a deixar a sua pele renovada.
No entanto, antes de correr para a clínica de estética mais próxima saiba que é importante ter terminado o tratamento da acne antes. O seu dermatologista deverá fazer uma avaliação para saber se a sua pele está preparada para procedimentos tão agressivos quanto peeling. Após o peeling alguns cuidados como evitar contato com o sol durante um tempo e usar sempre protetor solar devem ser adotados.
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